Hoje (28) é celebrado o Dia Mundial da Educação, nesta data simbólica para qualquer País que preza pelo conhecimento e desenvolvimento da sua nação, especialmente no Brasil, que tem se deparado com episódios alarmantes de atentados às escolas, gostaria de falar sobre educação midiática e de que forma ela pode contribuir no combate à desinformação, ao cyberbullying e discurso de ódio.
A Unesco define educação midiática como um conjunto de habilidades e competências para que o cidadão possa se expressar, ler, analisar e ser um aprendiz crítico e independente no mundo para a sua trajetória pessoal e profissional e governança dos processos democráticos. É um importante instrumento de educação para a cidadania.
Para aprender e construir conhecimento no século XXI é necessário que o cidadão tenha o domínio das ferramentas tecnológicas e da linguagem que acompanham os meios digitais. A educação midiática auxilia a usar corretamente o conjunto de informação que a internet oferece e dimensionar os riscos que o ambiente digital apresenta.
De acordo com Richard Hornik, jornalista e diretor do Centro de alfabetização de Notícias da Universidade Stony Brook, de Nova Yorque, a leitura reflexiva da informação implica em interrogar a informação ao invés de simplesmente consumi-la; verificar a informação antes de compartilhá-la; rejeitar posição e popularidade como indicadores de confiabilidade; entender que quem envia a informação não é, na maioria das vezes, sua fonte; reconhecer os preconceitos implícitos que todos carregamos.
A educação midiática não é uma nova disciplina, dessa forma, os professores devem ser treinados para incorporá-la ao currículo escolar. É contemplada na nova BNCC (Base Nacional Comum Curricular). O Instituto Palavra Aberta, que desenvolve um programa de formação de professores no Brasil dispõe de metodologia específica e diversas aulas gratuitas disponíveis em seu site. Basta acessar https://educamidia.org.br/ para ter acesso ao conteúdo.
Além de aprofundar a leitura reflexiva da informação em qualquer meio (online ou offline), a educação midiática oportuniza debates sobre igualdade cultural, étnica e de gênero, diversidade e pluralismo, tolerância, combate ao ódio, desenvolvimento sustentável, diálogo intercultural e inter-religioso, acesso ou direito à informação, liberdade de expressão e de imprensa e privacidade.
Durante essa semana, o Congresso Nacional parou para discutir em caráter de urgência o PL das Fake News (2630/20). Pesquisas comprovam que isoladamente a regulação jurídica não resolverá o problema da desinformação. A solução demanda a adoção de diversas medidas que pode até incluir regulação governamental, mas deve também contemplar ações educativas e que reforcem a importância do jornalismo e das mídias no exercício da cidadania.
No entanto, as iniciativas públicas de fomento à educação midiática são tímidas perto dos imensos desafios que o País tem pela frente, por esta razão eu apresentei o PL 45/22 que tramita na Alesp instituindo a Semana Estadual de Educação Midiática para os alunos do Ensino Fundamental II e Ensino Médio da rede estadual de ensino, dada a importância dessa temática no combate à propagação de desinformação e fake news, ao discurso de ódio e fortalecimento da democracia.